Jovens com escoliose conquistam fãs no TikTok

10/07/2020

As reclamações de dores na coluna aumentaram com a pandemia do novo coronavírus, provavelmente por conta da adesão ao trabalho a distância. Porém, o mal-estar pode estar atrelado a problemas mais complexos, como a escoliose.

A deformidade na coluna vertebral atinge de 2% a 3% da população mundial, segundo dados da Fundação Nacional para a Escoliose, dos Estados Unidos. Na internet, um movimento curioso tem ganhado força: jovens contam suas histórias e vivências com a doença e fazem sucesso no TikTok.

Aos 15 anos, Natália Medeiros conquistou seguidores ao aparecer em vídeos utilizando o colete ortopédico. Com ele, faz coreografias populares e responde dúvidas sobre seu quadro clínico. O desconhecimento sobre o assunto a tornou referência entre seus 37,5 mil seguidores na rede social. A produção de conteúdo para o TikTok começou de forma despretensiosa, apenas por diversão.

"É uma ótima plataforma para conscientizar as pessoas. Meu objetivo é esse", diz Natalia, moradora de Indaiatuba, no interior de São Paulo. O lema da jovem é a frase "seguindo em linha torta", que faz menção à escoliose e à perseverança.

A estudante e atleta de natação descobriu a doença aos 13 anos, durante uma aula de pilates. A professora percebeu a diferença de altura entre os ombros de Nathália. Pouco tempo depois, ela foi diagnosticada com escoliose com duas curvas.

Desde então, a estudante recebe acompanhamento regular e realiza atividades físicas específicas para tratamento da doença em casa, além da natação. Usar o colete não é e nunca foi um problema para Natalia, apesar de chamar mais atenção do que outros acessórios de uso médico, como óculos de grau e aparelho ortodôntico. Segundo ela, o colete não a atrapalha no cotidiano e melhora (e muito!) a qualidade de vida de quem tem escoliose.

Cirurgia

Em casos mais graves de escoliose, a pessoa pode ser submetida a cirurgia de correção da coluna. A estudante Gabrielly Elias, de 18 anos, passou por essa situação aos 13 anos, após uma professora de biologia perceber um "calombo" em suas costas. O inchaço já havia sido notado pela mãe, meses antes, mas não foi averiguado por conta da falta de informação sobre esse quadro.

A descoberta foi um marco na vida de Gabrielly, que nunca tinha passado por procedimentos cirúrgicos e não sentia dor na região. A operação foi invasiva e deixou uma cicatriz de ponta a ponta nas costas da estudante, além de 26 pinos e duas placas de titânio na coluna.

"Foi um choque muito grande. Todos os médicos que eu ia me diziam que eu tinha que operar o mais rápido possível, o quanto antes", conta a moradora de Americana, também no interior de São Paulo.

Ambas defendem que as informações sobre a doença são pouco divulgadas nos canais de comunicação. Por esse motivo, muitas pessoas a descobrem tardiamente, quando os danos já são irreversíveis.

Em seu perfil no TikTok, Gabrielly conta tudo sobre a doença e costuma tirar dúvidas de seus seguidores, mais de 73,8 mil.

"Deveria haver uma conscientização maior sobre o que é a escoliose. Ela é muito perigosa, principalmente na fase de crescimento, e pode ser permanente se não for reparado nesse momento", explica Gabrielly.

População

Assim como as duas jovens, mais de 6 milhões de brasileiros possuem curvas na coluna sem motivo aparente, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O problema recebe o nome de escoliose idiopática adolescente e é mais comum em adolescentes do sexo feminino. As outras causas para a deformidade da coluna, que pode ser acompanhada de rotação das vértebras, ocorrem por conta de problemas tanto na formação dos ossos da coluna vertebral quanto de ordem neurológica.

Com informações de Metrópoles.

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